segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fuga.

Eu simplesmente o deixei falando sozinho e saí.Saí pra qualquer lugar longe dali, onde os meus pensamentos antes repreendidos pudessem ser admirados.
Nunca imaginei que o fim de tarde fosse tão bonito quanto o nascer da manhã gélida, e quão reconfortante é o alaranjado pôr-do-sol.
Calado ele chegou perto de mim no parque, e assim permaneceu, imóvel ao meu lado sem uma palavra dizer, até que eu não aguentando mais o incômodo silêncio, sussurrei "respire, apenas continue respirando", por mais lágrimas que teimavam em cair nas minhas bochechas virei-me para o lado e pra minha grande surpresa estivera falando sozinha, ou pelo menos  era o que se pensava, aparentemente.Então só lembro que levantei e corri, corri muito, até o ar me faltar aos pulmões e as minhas pernas arderem de dor.Quando enfim caí cansada, vi que estava muito longe de casa e de meus pensamentos realistas.Recuperando a respiração, ergui a cabeça e voltei pra casa junto das minhas idéias mais futuristas, vendo que afinal não adiantava fugir, em alguma circunstância eu os reencontraria, quero dizer, os pensamentos realistas.
Pois é terrivelmente verdade que só não conseguimos fugir de nós mesmos.

[Ana Hemb]

Um comentário:

  1. "respire, continue respirando" = breaath just breath.Isso nao te lembra alguma coisa?


    gostei muuuuuuuuuuuuito do teu post Ana.
    (saudades do pan ~: )

    Dani

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