quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"Não sou baderneiro, eu só não quero que roubem meu dinheiro!"


Inserção em circuito


"Nossa cidade está passando por mais um aumento de exploração pelo transporte coletivo, as empresas de ônibus estão pedindo mais um aumento de passagem.
Péssimo para nós, os usuários.
Está rolando pela cidade várias Inserções nas passagens que agora são cartões retornáveis.
Essas inteserções consistem em escrever nos cartões frases, que reclamem o aumento, questionem os outros usuários sobre a participação para barrar o aumento, fomentem a crítica ao transporte, etc...
Esse é um meio de comunicação popular que está sendo utilizado por diversos usuários e que causa uma interferência no meio desse circuito ideológico de transporte privado e lucrativo.
As inserções não são novas e foram muito utilizadas na década de 60 e 70, como sabemos, durante o processo da Ditadura Militar no Brasil.O artista Cildo Meireles foi o precursor dessa Ação.Percebendo que na sociedade havia circuitos, assim como o nosso atual da passagem retornável, aproveitou o próprio circuito para criticá-lo. Assim foram as suas Inserções em circuitos ideológicos.
Nas inserções em circuitos ideológicos - Quem Matou Herzog? (foto em acima), o artista utilizou o circuito da cédula (na época cruzeiro) para questionar o suposto suicídio do jornalista Wladimir Herzog, encontrado morto no DOI-COD, veiculo de repressão da Ditadura Militar.
Nas inserções em circuitos ideológicos - Projeto coca-cola (foto acima) o artista utilizou as garrafas retornáveis de coca-cola para questionar a invasão do modo de vida americano no país.Nelas ele colocou a frase: "Yankees go home" ou seja "Americanos vão para casa".
Além das inteserções, músicas, teatros e demais trabalhos artísticos, a Ditadura Militar foi encarada por dezenas de manifestações contra o regime.
Como vemos em outros momentos da história do país, as inserções estiveram presentes como foram de questionamento, protesto e crítica.
Esse é um desses momentos, não deixe de fazer a sua parte, seja nas passagens, seja nas ruas!"
[Ana Hemb]

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pra refletir.


"Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque
o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um
povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra

E não enxerga um palmo à sua frente

Porque se fosse inteligente esse povo já teria
agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de
sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do
racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas
mãos

Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu
semelhante
O quê que importa se ele é preto e você é
branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil
somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o
preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador das construção civil conhecido como
peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu
apartamento ou o que lava o chão de uma
delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia
graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser
humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são
roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu
lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual

Então que morra o preconceito e viva a união
racial

Quero ver essa música fazer você aprender
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o
racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo
babaca
Que assimila os preconceitos porque tem
cabeça fraca

E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe
ensinar

E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprenderm brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se
propagando

Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica

Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com
esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você."

[Gabriel O Pensador - Racismo é burrice]


Pra quem não tem tempo ou paciência pra ler a letra, clique aqui.

[Ana Hemb]

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Onde isso vai parar, porra?!


A língua é uma ciência viva, e a palavra, sua ferramenta, é constantemente transformada para expressar sensações, de acordo com o momento social de cada um. E para canalizar as freqüentes ondas de estresse, tornou-se comum o uso de palavras de baixo calão a fim de se descarregar as tensões.

Parece que a sociedade contemporânea vive em uma panela de pressão e está sempre preste a explodir. Por esse fato, vem assumindo, no decorrer dos anos, uma postura de defesa, que conta com um banco de palavras ínfimas para atacar de forma agressiva aquele ou aquilo que lhe causou aborrecimentos; faz-se notório, contudo, que as razões mais banais já são motivo para propiciar a avalanche de palavras baixas.

As pessoas não falam mais: “Merda!”, quando batem o dedinho na quina da porta. A palavra foi substituída, por exemplo, por: “Porra!”, até porque a fonética desta, acredito que por causa do dígrafo (RR), é mais forte e denota de forma mais eficaz a raiva a ser expressa.Usamos uns para denominar o tamanho de alguma coisa ou um acontecimento, como elogio por mais estranho que pareça (“Nossa, tá gata pra caralho ein!”), como comparativo e geralmente pra definir estado de espírito (“Hoje tá foda!”).Aliás, o “foda” é ambíguo, pois pode ser para uma situação boa ou ruim.

No entanto, o uso de palavrões parte também para outra vertente, visando assumir funções gramaticais da nossa língua, fazendo-nos concluir que em breve teremos um dicionário só para eles.

O fato é que o uso dessas palavras espalhou-se por todas as classes sociais e tende a estar cada vez mais presente no vocabulário das pessoas; talvez, característica de uma sociedade moderna, que expressa suas sensações de forma mais explosiva, audaz e dinâmica. Usar palavrões tornou-se tão natural que o fazem sem saber por que. Talvez, princípio osmótico, hábito mundial.

O ciclo de renovação das palavras continua. Amanhã, alguma delas poderá cair em desuso e lhe ser atribuída uma conotação sexual, será, portanto, um novo palavrão. E assim caminha a humanidade, anti-careta e raquítica no linguajar; só temos de tomar cuidado para que, dentro de um certo tempo, nossos diálogos não sejam censurados.


[Patrícia Stahl Gaglioti]


Vídeo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Não tem graça

O conceito de democracia esfarelou-se no tempo, sendo hoje apenas sinônimo de voto obrigatório. A população se alienou aos fatos públicos e resumiu a política brasileira em corrupção, descrença e palhaçada; alimentando um ciclo vicioso, que impera no governo nacional.

A política tornou-se a profissão mais cobiçada, palco de artistas que querem complementar a renda e que servem de iscas para arrecadar votos de uma população desnutrida politicamente. A eleição do palhaço Tiririca para o Congresso Nacional é um bom exemplo do olhar que a população tem sobre o poder público, ou seja, descaso.

Eleger uma pessoa sem nenhuma experiência no ramo e sem nenhuma noção do trabalho, ainda sob a suspeita de ser analfabeto, é uma forma inútil de protesto, de invalidar o voto e de agressão a nós próprios, além de ter que pagar-lhe um rico salário para compor a cara do Brasil. Empregaremos um mau funcionário, que foi também um mau aluno e será um mau exemplo.

Vê-lo no Congresso nos fará refletir sobre que tipo de projeto temos para o Brasil. Já se faz hora de prestarmos atenção em propostas congruentes, de buscarmos bons políticos e, assim, contribuirmos para a reformulação do cenário nacional. Afinal, ao contrário do que o deputado diz, nada é tão ruim que não possa piorar.

[Patrícia Stahl Gaglioti]



Essa é a nossa mais nova escritora do blog, Patrícia.Tem aspiração a Jornalista, e de fato quer fazer isso de faculdade, espero que gostem da sua escrita.

Ana Hemb.