domingo, 16 de agosto de 2009

''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?''...


...Essa é a legenda do desenho de uma perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos no diário de Frida Kahlo. Uma pintora que usava a arte como expressão legítima da alma, misturando dor e paixão em cores brilhantes nas suas telas.
Nascida em 6 de julho de 1907 no México, Frida amava seu país.Diferente da elite de sua época, ela gostava de tudo que era verdadeiramente mexicano e dizia que era filha da Revolução Mexicana ao dizer que havia nascido em 1910. Agitadora cultural, usava sempre cores fortes em suas telas, quase sempre auto-retratos devido a sua vida tumultuada e sofrida.Aos seis anos, contraiu poliomielite e teve de conviver com um pé atrofiado e uma perna mais fina que a outra.
Ela só começou a pintar realmente depois de um acidente de ônibus que mudou sua vida aos dezoito anos. Com fraturas múltiplas: na coluna, na perna e no pé direito, na clavícula e na pélvis – esta causada por uma barra de aço lhe atravessou a bacia até a vagina - ficou muito tempo de cama. Dizia que seu corpo carregava todas as chagas do mundo.
Em 1929, casou-se com o pintor socialista Diego Rivera. Sua familia comparava o casamento com o de um elefante e uma pomba, pois ele era imenso e 21 anos mais velho que ela, mas os dois formavam o casal mais original da época. Segundo ela, ele era o melhor dos amigos mas o pior dos maridos, pois era mulherengo assumido- mas ela também teve seus casinhos com homens e mulheres - e foi quando descobriu que a traía com a irmã mais nova, se separaram. Um ano depois, porém, se reconciliaram. Apesar de tudo, o que mais sentia era a dor de não poder ser mãe, engravidou inúmeras vezes, mas devido ao acidente, as gestações nunca iam até o final.
Em 1939 parte sozinha para Nova York, onde faz sua primeira exposição individual, na galeria de Julien Levy, e é sucesso de crítica. Depois parte para Paris onde é internada com uma infecção renal, mas também entra no mundo da vanguarda artística dos surrealistas.Conhece artistas famosos como Pablo Picasso e tem uma de suas obras no museu do Louvre.
Depois de tantos altos e baixos seu estado de saúde piorou e e o colete antes de gesso, foi substituído por um de ferro que impedia até a sua respiração. Em 1946 sua coluna precisou ser operada.Ficou um ano de cama e pintando. Teve a perna direita amputada e entrou em depressão.Em um ano (1950-1951), passa por sete operações na coluna, que infeccionam, graças ao colete de uso obrigatório. Em 2 julho de 1954 participa, em cadeira de rodas, da manifestação contra a intervenção americana na Guatemala. Mesmo nessas codições, costumava dizer que 'a tragédia é o mais ridículo que há' e 'nada vale mais do que a risada'.
Em 13 de julho de 1954, Frida, com 47 anos, foi encontrada morta na sua cama.Oficialmente, a morte foi causada por 'embolia pulmonar', mas há suspeita de suicídio, e até de assassinato por uma das amantes de Diego.
No diário, deixou as últimas palavras: 'Aguardo alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais.' (também..) Se eu pudesse descrever Frida Kahlo em um palavra eu diria: intensidade. Força também seria uma, mas não tem como negar que, tanto em momentos bons quanto ruins, ela viveu de força intensa, como se casa coisa fosse sempre ao extremo.
Tem o filme da vida dela com a Salma Hayek e é muuuuito bom. Com o trailer dá pra ter uma idéia http://www.youtube.com/watch?v=ow-fscLTnZU. Quando puderem assistam.


"Pies… para qué los quiero, si tengo alas para volar."


Dani

3 comentários:

  1. Foi militante comunista, namorou outras pessoas (homens e mulheres) além do marido, por quem era apaixonada, e conquistou na sociedade mexicana uma posição como referência político-artística pouco vista entre as mulheres da época.
    Ela namorou o Trótsky :O

    Bom artigo Dani Dani *:

    Ana Hemb.

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  2. não foi bem um namoro né, foi mais um 'looove affaair' :D

    o que eu acho legal nela, é que ela era ela mesma, não 'seguia o rebanho'. E a história de sua vida é muito bonita, um exemplo de luta.

    Queria eu poder transformar minhas dores em arte assim..

    Dani

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  3. estava muito ansiosa pra ver como ia ficar esse post, também sou apaixonada pela história dela, acho que foi uma mulher incrível.

    gabi.

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