segunda-feira, 6 de abril de 2009

“Pensar é um direito intransferível e inalienável do ser humano, e é baseado nessa premissa que certo filósofo preconizava viver numa sociedade de homens capazes de se autodirigirem, de se autogovernarem pela união das forças intelectuais, trabalhadores e criadores de uma nova ordem social com liberdade.
Os princípios fundamentais, as idéias mestras do filósofo, sobre as quais construiria a nova sociedade, baseavam-se numa ordem generosa e positiva, com sentimentos e ações, de equilíbrio nos movimentos e atitudes, na harmonia que funde o homem e a natureza, que humaniza e forma personalidades retas, caracteres e cidadãos justos, capazes de produzir e participar, dar e receber.
Era uma filosofia sem vínculos religiosos nem político, partia das premissas de renovação, libertárias e antidogmáticas. Para esse "sonhador", as idéias tinham que ser provadas, e a vida era o exemplo de uma lição no seu mais amplo e puro sentido.
Apoiava-se na liberdade com responsabilidade, conceito humanista de vida, feito pacto consciente à margem da tutela de qualquer espécie, partindo do indivíduo, da associação voluntária, para atingir a sociedade de autogestão, livre de falsos intermediários.
O individuo era a base fundamental da sua sociedade! A convivência social e fraterna processava-se pelo livre-acordo, e a proteção recíproca, pelo apoio e ajuda mútuos, veículo conservador e propulsor da espécie.
Entendia que o ser humano é um ser sociável e como tal propende a unir-se, a associar-se, porque só unido e associado, se sente seguro. O homem jamais desejou viver isolado, nem fora do seu mundo porque faz parte dele. E por ser um componente da sociedade, o individuo tende, fatalmente a ser um associado da comunidade humana.
Propõe-se o nosso filósofo restabelecer a felicidade dos povos, instaurando uma Federação de Comunidades Livres, unidas por interesses sociais, econômicos, artísticos e culturais, sempre resolvidos mediante acordos mútuos, sem imposições nem intenções dominantes. O livre contrato, a tolerância recíproca e o desejo de auto-gestão, seriam princípios e finalidades convertidas em táticas de luta pela conquista das riquezas naturais e da produção que o trabalho livre proporcionaria.
Em síntese: não cria um sistema perfeito, já que por princípio rechaçava todos os esquemas e conceitos de caráter absoluto, mas seria a doutrina constante do aperfeiçoamento. Não teria uma meta definitiva, porque percebia a variedade da natureza, a necessidade do progresso, do aprimoramento de todos os campos do conhecimento humano e da busca de novas formas de vida.
Só a liberdade, segundo a sua concepção ideológica, movimenta os homens no sentido de buscar belos e harmoniosos estágios de justiça social, porque liberdade era a alma, era a luz da sua idéia.”

-ABC do anarquismo, Edgar Rodrigues


Hoje me perguntaram se eu sou anarquista, tive vontade de dizer que sim, mas confesso que ainda tenho algumas dúvidas sobre o assunto, mas o que eu posso dizer com toda certeza é, eu sou anti-capitalismo!

"And no one said it was gonna be easy And I'm not afraid to try And with the odds stacked up against me, I will have to fight" One Life, One Chance-H2O

Gabi.

2 comentários:

  1. "mas seria a doutrina constante do aperfeiçoamento"

    Pode crê! :D

    Mas eu seria hipócrita se me auto afirmasse como anarquista convicta, como diz a Gabi, apesar de conviver numa sociedade onde reina o capitalismo, eu não concordo com ele, então me diria no mínimo "anti-capitalismo".
    Imagino que como eu todos nós acreditamos em algo maior e melhor pra humanidade, e talvez isso não seja alcançado através do capitalismo, que em suma traz muitos problemas.
    Então, por mais utópico que possa ser, é algo bom de se acreditar e idealizar, pena não ser prático.
    É muito delicada essa idéia capitalista e das pessoas que se dizem anarquistas, que por exemplo, muitas delas apenas concordam com os ideais e não tiram a bunda do lugar para colocar algo em prática, são as vezes até contraditórias.Embora outros não apenas se dizem como são anarquistas, ou ainda pessoas que apenas preferem os ideais anarquistas, socialistas ou comunistas do que concordar o triste capitalismo, mas não tem o suficiente para radicalizar.Então, expressam suas idéias e fazem o que podem, porque apesar de muitos (inclusive eu) não concordarem, o mundo ainda é injusto, e dos mais ricos.Embora acredita-se que de pouco em pouco, se vai mudando as coisas, nem sempre as pessoas querem mudar, o que não é nada bom.Mudança, faz bem.Mas tem gente que tem o raciocínio estreito.

    "tem gente que está do mesmo lado que você
    mas deveria estar do lado de lá
    tem gente que machuca os outros
    tem gente que não sabe amar
    tem gente enganando a gente
    veja a nossa vida como está
    mas eu sei que um dia a gente aprende"
    Mais uma vez - Legião Urbana


    Ana Hemb.

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