sábado, 19 de dezembro de 2009

Tempo que há de ser.

Eu simplesmente o deixei falando sozinho e saí, pra qualquer lugar longe dali onde meus argumentos antes repreendidos pudessem ser admirados.Nunca imaginei que o fim de tarde fosse tão bonito quanto o nascer da manhã gélida e nublinosa, e quão  reconfortante e envolvente é o alaranjado do pôr do sol.
Calado ele chegou perto de mim no parque, e assim permaneceu, imóvel ao meu lado sem uma palavra dizer, até que não aguentando mais o incomodo silêncio, sussurrei: "respire, apenas respire, pois um dia tudo muda", por mais lágrimas que teimavam em cair nas minhas bochechas virei-me para o lado e para a minha grande surpresa estivera falando sozinha, ou pelo menos era o que se pensava aparentemente.Então só me lembro que levantei e corri, corri muito, até o ar me faltar aos pulmões, quando enfim cai cansada, vi que estava muito longe de casa e de meus pensamentos realistas.Recuperando a respiração ergui a cabeça e voltei para casa junto das minhas idéias mais futuristas, vendo que afinal não adiantava fugir, em alguma circunstância eu os reencontraria, quero dizer, os pensamentos realistas.
Pois é terrivelmente verdade que só não conseguimos fugir de nós mesmos.

[Ana Hemb]

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