Já não há beleza senão na luta.

Protesto ou vandalismo?

Nesta última quarta feira (16 de Setembro), em nosso colégio, após a Mostra de Conhecimentos (encerrada às 22:00)  que sendo aberta à comunidade  estava agitada, por volta da meia noite, invadiram o Conselheiro Mafra e queimaram os banheiros químicos que já estão "nos acompanhando" há mais de cinco meses.O colégio que já se mostrava insalubre, misturando obras, fuligem, sujeira e barulho de construção, falta de quadra, falta de cozinha e consequentemente de lanche destinado para os alunos de ensino fundamental, entulhado de carteiras, cadeiras e material que o governo mandou, torna-se cada vez mais difícil estudar.

Há quem diga que foi vandalismo, depredação do colégio, apesar de aqueles banheiros não serem claramente parte do colégio e de boa parte dos alunos não usarem por medo do mau cheiro, sujeira ou pegar alguma doença.

Não descobriram quem foi que fez exatamente, se foi aluno ou não, porém o local virou motivo de visitação para os estudantes incrédulos do acontecido.Muitos comemoraram e parabenizaram, seja quem é que tenha feito isso, e afirmam que não foi vandalismo, mas sim um protesto, um manifesto pelo descaso e enrolação, até porque só se queimou os banheiros e nada mais, que sendo basicamente de plástico, consumiu-se rapidamente.

Abriram em meio à construção da nova quadra e toda a sujeira um banheiro improvisado, e o banheiro dos professores antes proibido aos estudantes está liberado, o que tumultua ainda mais.

Foi um ato de coragem e determinação a queima dos banheiros químicos, o ato apenas serviu para demonstrar o que praticamente todos queriam e pensavam.

Não digo que quem o fez não deve ser punido, afinal assim como só queimou os banheiros poderia ter colocado fogo na escola inteira e machucado alguém.Entretanto creio que deve sim ser visto como um manifesto, não apenas rebeldia, mas sim coragem de dizer o que todos querem, com apenas uma só voz.

[Ana Luiza Hemb, Presidente do Grêmio Estudantil Democracia Direta.]